quinta-feira, 30 de novembro de 2006

AKHLOT - A História de Finli - Parte 2

A noite fria de Akhlot contrastava com a efervescência da Montanha Cinzenta, onde Finli se encontrava. A montanha, que muitas vezes seus próprios habitantes preferiam chamar de Akhlot, não revelava sua verdadeira essência a primeira vista. Ela era nada menos que a própria Akhlot, o local de morada de praticamente todos que habitavam aquele região. Seus complexos túneis, saídas e entradas, formavam a Akhlot que Finli conhecia. Nesta época, entretanto, o aspecto cinzento da montanha cedia ao branco gelado típico do inverno. Ao olhar do Oeste, um pico branco salientava-se no horizonte, coroando os verdejantes gramados típicos do Oeste.

E por mais festiva que Akhlot estivesse naquela noite, em um ambiente de música, comidas temperadas e vinho, Finli era uma ilha de solidão. Ursal e seu filho, Bhandir, aproximaram-se de Finli com uma vigorosa caneca de hidromel.

- Ainda lembro de quando você não possuía barba... Eu o chamava de Finli, o pequeno.
- Ora meu pai, não desmereça Finli! Hoje poderíamos chamá-lo de Finli, o largo, ou o calvo ou ainda...
- Ou ainda de o quebrador de dentes...

Finli vociferou as palavras para Bhandir. Bhandir cerrou a testa e pareceu rosnar, olhando firme para Finli, que era um pouco mais baixo que ele. Ursal e outros em volta ficaram um pouco apreensivos. Uma vez que os moradores de Akhlot brigavam, dificilmente algo os fazia parar, até que tudo em volta não estivesse destruído.

O fato durou pouco mais de dois segundos. De repente, um grita com o outro. Olhos nos olhos eles se abraçam e riem :
- Viva Akhlot! Viva Ursal e seus descendentes!
- Vida longa a Manthir e seus filhos! E os filhos destes!

Todos percebem a brincadeira, e riem e gritam em congratulação.

- HÁ! Não acredito que achavam mesmo que brigaríamos! - disse Bhandir levando a goela um generoso gole de hidromel.
- Ainda somos jovens demais meu amigo, para os túneis e habitantes de Akhlot. Só espero que esteja certo quanto ao meu pai. - arrematou Finli, com um sorriso amarelo estampado no rosto.

Ursal sentia a dor que o próprio Finli sentia por seu pai. Manthir fora grande amigo de Ursal, trabalhando longamente nos túneis de Akhlot. Infelizmente, Herah se aproximava impiedosa sobre Manthir, cujos anos pesavam agora duramente sobre suas costas.

- Seu pai será lembrado para sempre, Finli. Até mesmo as paredes de Akhlot murmurarão seu nome quando ele se for. Os Filhos de Manthir continuarão sua valorosa jornada na terra de Akhlot. E se as paredes esquecerem seus nomes, nosso corações guardarão sua imagem, influência e presença. Finli, filho de Manthir, seu pai já tem o lugar em Valqui.

Finli sorri candidamente. Ele abraça Manthir enquanto finas lágrimas escorrem pelo seu rosto. Emocionado, Bhandir, cujo nome fora inspirado em Manthir, dirigi-se a janela, escondendo a fronte já lavada pelas lágrimas.

Silenciosamente, Bhandir pede a Betelguese a estrela de Akhlot brilhando firme no céu:
- Oh deusa dos céus, Betelguese! Permita que Manthir recupere sua boa saúde. Eu pessoalmente não quero que Finli se vá, enfrentar a própria Hera em terras estrangeiras. Mas se for de sua vontade, então eu seguirei Finli onde for para não permitir que sua maldade o persiga mais!

Bhandir sabia que suas palavras eram vazias. Ele não podia nada contra os deuses celestiais. Na verdade, Bhandir queria apenas que seu melhor amigo Finli não procurasse Hera tão de perto quanto ele planejava. Seria duro demais mesmo para os corajosos e duros Akhlotianos perder o último dos filho homem da família de Manthir.

Enquanto isso a noite seguiu festiva, com o vento a soprar gelado e firme contra as encostas da Montanha Cinzenta, escondendo da visão de Akhlot o mal que se formava no Leste.

3 comentários:

  1. Pelo jeito a história é looooooooooooooooooooooonga...
    Que bom! =)

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  2. Demorei um pouco para ter tempo para ler, mas tu sabe o motivo ;)
    Buenas, continuo muito entusisasmado com a história, apesar de não saber bem o que metade dos nomes de deuses, céus e lugares significa.
    Mas está muito bom. Aguardo o restante.

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  3. O mal que se formava no leste é a preguiça que impede o Mago de continuar a historia.

    Por enquanto estou gostando :)

    elderheymn and the holy cup

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