Tive a oportunidade de assistir algumas palestras sobre o atual estado do ensino e da pesquisa no Brasil. Algumas coisas suscitaram minha vontade de escrever sobre isso novamente. Curiosamente, este debate pelo visto começa a ressoar na sociedade, uma vez que no momento que escrevo isso, a rede Bandeirantes de TV no programa Canal Livre, apresenta um debate muito sério sobe o assunto.
Existem várias dificuldades quanto a tudo que foi falado nestas palestras e pelo menos o surgimento de algumas boas idéias. O que todos acabaram concordando é que o ensino e, inclusive sua estrutura, chegaram a sua estagnação máxima. A compartimentalização do ensino foi uma das questões levantadas. O termo grade curricular foi levantado, mas levando em conta o sentido, pode se dizer, pejorativo da palavra,na qual grade significa gaiola, cana, cadeia, prisão. Os temas tratados nas disciplinas atualmente são considerados ultrapassados, incomunicáveis, ininteligíveis e não cambiáveis. Somos prisioneiros da tal grade, engessados e, obviamente, culpados por termos permitido o encarceramento.
Existe também uma boa notícia. Somos o país da América Latina que mais produz pesquisa. Contudo, a má notícia é que somos responsáveis por uma pífia quantidade de patentes no mundo. Produzimos pesquisa, mas não produzimos produtos.
Ainda que produtos ou processos e a criação de empresas que alimentem o setor produtivo soe um tanto quanto neo-liberal, é impossível falar em pesquisa científica sem que haja real investimento. E então, o que fazer?
Não espero ter a resposta para essa pergunta. Tenho apenas poucas idéias e considerações.
A universidade não deve temer se reinventar. É preciso discutir os assuntos de modo aberto e, principalmente, com a comunidade, tendo como intuito melhorar. Sem punições ou reservas.
É necessário repensar completamente a forma de ensinar. Encontrar um sistema de ensino que abra a grade curricular, visando unificar um pouco mais o conteúdo de um currículo profissional, alterando a forma inclusive de se conceber seus programas e exigindo que cada disciplina tenha pelo menos 2 professores responsáveis. A formação passa a ser pensada de modo mais global.
A pesquisa precisa ser incentivada de uma forma clara e com investimentos pesado. E este investimento não deve vir unicamente da própria universidade, mas de uma relação de parceria com a indústria que precisa cada vez mais ser incentivada e concretizada de uma vez.
A universidade privada evidentemente deve se dar conta que a busca por qualidade é de suma importância e que a realização de parcerias com a indústria pode garantir a forma fundamental para sustentabilidade. Tutorar alunos ainda é uma opção importante. Carregá-los com a finalidade de fazer com que aprendam o que não aprenderam nos ensinos fundamental e médio é infelizmente irreal.
Claro que isso não é tudo. Mas é assim que eu penso que podemos fazer alguma diferença.
A pergunta foi só para provocar, né? É claro que, do ponto de vista dos professores, vale a pena, sim, e urgentemente.
ResponderExcluirNão sei é se a sociedade e as instituições concordam com isso. Há uma urgência e uma sede de burocrática pela formação de x pessoas por ano, tanto faz se sabendo alguma coisa ou não...
Como sempre, nós é que nos preocupamos mais com a educação, mais do que os demais envolvidos.
Isso explica muita coisa que ocorre em nosso país...