sexta-feira, 28 de junho de 2013

Sobre o passado e o futuro

- Eu sempre achei que tudo seria mais fácil...

Eu era o cara c.d.f. Eu tirava as notas boas na escola. Eu era o cara certinho. Eu fiz tudo certo. Eu estudei, eu não quebrei nenhum osso, eu respeitei meus colegas, eu respeitei minhas colegas, eu acreditei que o estudo me abririam as portas de uma vida melhor, eu fui religioso, eu ajudei os mais velhos, eu cuidei dos animais, eu ajudei os amigos, eu fiz amigos, eu ouvi meus pais, eu disse eu te amo, eu disse que me importava, eu fui honesto, eu fui responsável, eu andei na linha, eu evitei brigas, eu lutei pelos ideais de um mundo melhor, eu falei a verdade, eu falei baixo, eu limpei meu quarto, eu arrumei minha bagunça, eu arrumei a bagunça dos outros, eu li livros, eu plantei uma árvore, eu carreguei o meu avô, eu chorei abraçado, eu me emocionei com uma música, eu cantei, eu pulei com o gol do meu time do coração, eu salvei um passarinho, eu vivi.

Contudo, nada tinha me preparado para o futuro. Apesar de todas essas vivências nada tinha sido suficiente para o futuro.

Eu como chocolate, mas já não posso mais.
Eu bebo um pouco de vinho, mas já não devo mais.
Eu como um belo pedaço de carne, mas isso me faz mal.
Eu tomo água, mas até pedra no rim eu tenho.
Eu jogo basquete, mas eu tô sempre machucado.
Eu faço academia, mas eu continuo gordo.
Eu acredito no sistema, mas ele não se importa mais em me destruir.
Eu acredito nas pessoas, mas elas não acreditam mais em mim.
Eu fugi dos marginais, mas eles sempre me encontram.
Eu achei que o preço era justo, mas eu sou constantemente passado para trás.
Eu estava na hora marcada, mas ninguém se importa com horário.
Eu podia usar o equipamento, mas mesmo assim não me deixaram.
Eu quero ser um bom profissional, mas a preguiça é maior.
Eu quero ser reconhecido, mas só consigo isso pelos motivos errados.

Eu queria escrever algo um pouco mais feliz. Só que estou muito triste para isso.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Frustrante

Algumas coisas me deixam muito puto.

Uma delas é a facilidade com que as pessoas são filhos da puta.

Recentemente, passei por uma situação bem estranha. Eu e um conhecido decidimos que deveríamos fazer este tal procedimento. Pois bem, para que o procedimento funcionasse de modo adequado concordamos que a colaboração (essa palavra é importantíssima) desse conhecido era importante. Ele tinha, basicamente, o importante papel de fazer a coisa toda funcionar, já que eu não sei fazer o que ele faz.

Logo, todo um projeto foi explicado e bolado. Pedi opiniões. Trocamos ideias. OK. Todas as partes sabiam o que fazer. Contudo, as coisas simplesmente começaram a sair rapidamente dos trilhos. A primeira coisa foi o dito pelo não dito.

"Tu não me disse que tu queria fazer assim." Quando discutimos um projeto que tem todas as suas bases e prazos claros e alguém sai com essa, fica complicado. É evidente que podemos esquecer algo. Só que eu estava lá durante a discussão do projeto. E tenho uma memória de elefante. E com certeza absoluta, inclusive com o apoio de testemunhas,  eu tenho certeza do que falei. Só que o conhecido não ouviu (ou fez que não). Até aí tudo bem é só um mal entendido e esse conhecido recebe o benefício da dúvida.

Bom, então a gente faz o tal procedimento. Cagamos um queijo provolone para que ele funcione. A coisa vai indo e não deu certo. Até que o conhecido saí com essa pérola:
"Pois é, eu sabia que não ia dar certo. Até porque nós devíamos fazer desse jeito aqui que é o correto, pois eu já fiz uma vez e, esse jeito que eu sei, esse dá certo."

Peraí. Quer dizer, que tu sabia um jeito mais fácil de fazer isso, que seria o "mais correto" e, mesmo assim, sendo que tu estava o tempo todo colaborando no trabalho, tu simplesmente "omitiu" essa informação? Quase uma semana de trabalho foi pro espaço por causa desse "detalhe", sendo que o conhecido era o cara, o manda chuva, o fodão?

Cara, isso é realmente frustrante. Nunca me disseram que pesquisa seria isso. Frustrante. Acho que realmente tá na hora de mudar. Minha miopia começou a chegar no cérebro, só pode.