quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Escolas e sua relação com a Criatividade: Morte ou Vida?

Pois é. Acho que não existe melhor momento que este (pelo menos para mim) para discutir isso.

Antes que me perguntem: Ken Robinson, segundo a Santa Wikipedia é um autor inglês que fala muito sobre criatividade na Educação. Sim, o cara é controverso pacas, pelo que eu li rapidamente.

Chupinhado na caruda do MundoGump e da Irmandade do Véio Rosa. É importante lembrar que o vídeo faz parte do TED, que consiste em uma iniciativa de distribuir através da internet palestras de pessoas com grande conhecimento em uma área ou grandes expoentes da nossa civilização, tudo isso de grátis. A TED pode ser acessada com as palestras legendadas em português do Brasil neste link AQUI Ó. Abaixo, os vídeos:




Tá, e agora? Aguardo os seus comentários.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

O Físico e o Escritor

Era um momento muito importante. Eles sabiam que aquele era provavelmente o momento mais importante da vida deles. O destino do mundo estava agora nas mãos destes destemidos agentes, que decidiram dar a própria vida, se necessário fosse, para salvar a humanidade. Infiltrados dentro do covil do vilão mais letal que o planeta Terra poderia enfrentar, eles finalmente tinham encontrado a máquina que poderia destruir a existência da vida neste planeta.
- Muita calma agora.
- Porque?
- Porra, não tá vendo que tem um laser aqui?
- Não, onde? Eu era escritor antes, sabia?
- Aqui ó! Arigó.
- Tá, tá. E o que fazemos? Tu és físico, deve entender destas coisas...
- Hum... Certo... Deixa eu ver uma coisa aqui...

Alguns minutos depois...
- Olha, pelo que eu vi aqui... Esse laser leva direto para a máquina do juízo final.
- Bom, ainda bem que descobrimos. Afinal, para isso que estamos aqui. Os intrépidos agentes especiais. Missão: salvar o mundo.
- Hã? Tá falando com quem, desse jeito afetado? Só tem nós dois aqui.
- Anh... Ninguém.
- Tá, então. Olha só, essa tua atitude tá me dando nos nervos. A coisa é séria aqui. Nós vamos precisar de ajuda.
- Peraí, deasarma isso! Tu és o físico! Tu conheces os mistérios insondáveis das nanocoisas... A poesia matemática das infindáveis operações que governam o universo micro e macroscópico. O inerente caos universal e sua ilusória desordem cósmica, a... Que foi? Porque ta me olhando assim?
- Nada, não. Tá... Olha só... Eu já entendi. Vou tentar...

2 horas depois...
- Não dá pra desarmar. É... Bom... O reator... de... de fluxo. Ele tá alinhado com o capacitor de campo. E quando isso acontece... É complicado, em termos leigos. Que foi?
- Hum... Olha só Seu Físico, não é por nada não... Só que eu acho que tu estás me enrolando...
- Qu... Quem? Eu? Ora, porque... Como?
- Viu? Tá né?
- Tá bom. Tô. Não faço idéia do que tá acontecendo aqui.
- Cacete! É só um laser de merda! Como tu não sabe? Tu és físico!
- É... E tu nem parece escritor! Fica dizendo essas bobagens...

Os dois permanecem em silêncio durante alguns instantes.
- Eu confesso. Eu... Eu sempre fui considerado um péssimo escritor.
- Puxa, eu achei que tu fosse contar alguma novidade.
- Bem, parece que tem alguém aqui que se diz físico, mas nem ao menos sabe como funciona um laser.
- Certo. Tá bem. Eu sou um físico muito ruim também.

Os dois ficam se olhando. Ambos se atiram ao chão.
- Eu escrevia, em todo lugar... Internet, cadernos em casa, portas de banheiro... Tudo. As pessoas acabavam me dizendo que só eu entendia meus contos... Nem meus amigos entendiam. Diziam que eu atirava as coisas... Que eu não queria posicionar as pessoas no conto...
- Em suma, diziam que você era péssimo certo?
- É. Certo.
- Bom, eu era físico... Quer dizer, eu achava que era... Cheguei a trabalhar em um laboratório de pesquisa durante um tempo, só pra ter certeza que seja lá o que eu fizesse lá dentro, nunca ia servir pra nada. Eu tentava... Me enganar. Eu dizia que aquilo era importante e tentava vender essa idéia... Acabei um dia saindo de lá. Fui dar aulas em outras escolas e universidades só para ter certeza que os outros também não queriam saber de nada. Que também só se enganavam. Consegui meu doutorado, mas nunca acreditei muito nele mesmo. E agora, me deparo com um laser... E sequer imagino o que fazer para desligar essa porcaria!
- Ei, não chuta isso não!

O físico acaba chutando a máquina. Mas nada acontece.

10 horas depois, e após muita lamentação...

- É. O rádio não funciona.
- O sinal deve ser fraco dentro da terra... Estamos embaixo de uma montanha... Não tem jeito de chamarmos ajuda.
- É isso aí escritor...

- Sabe, como você entrou pra Agência? Eu simplesmente cheguei no escritório e me contrataram... Aliás, pensando bem...Isso é muito estranho...
- Estranho foi como me contrataram... Olharam meu currículo e disseram que meus conhecimentos eram muito importantes... Blá-blá-blá... E aqui estou.
- Estranho, mandaram um escritor e um físico encontrar a máquina do juízo final. Porque não mandaram gente mais qualificada...
- Olha, isso faz parte do conto... Senão, não estaríamos aqui.

O escritor lança um olhar estranho para o físico.
- Do que diabos tu estás falando?
- Olha, isso faz parte da história que está sendo escrita neste exato momento.
- Tu pirou de vez físico? Que história?
- Quem em sã consciência diria: “os mistérios insondáveis das nanocoisas... A poesia matemática das infindáveis operações que governam o universo micro e macroscópico. O inerente caos universal e sua ilusória desordem cósmica”... essa babaquice toda?
- Eu disse! Espera aí...
- Que foi?
- Eu já sei quem está escrevendo essa história!... Só pode ser e... – Ao pensar isso, o escritor levanta-se de repente, botando as mãos no feixe laser.
- Cuidado o lase... – grita o físico.

E finalmente o mundo acaba.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Os dia passam quadrados - Comentário

Publico aqui no blog a resposta que dei ao grande amigo Mente Inquieta do blog:
http://doisolhosescuros.blogspot.com/

Passa lá. O cara manda muito bem. Esta resposta se refere ao post:
Os dias passam quadrados - parte III (final)

Ele foi dividido em 3 partes. Leia os 3 posts no blog dele, por favor. Abaixo, a minha opinião.

Talvez eu esteja errado... Mas sou eu um dos decepcionados? Serei um advogado do Diabo, ok?

Senão vejamos:
1) Escolhemos essa profissão, muito mais pelo amor, sabendo da pouca remuneração;

2) Sabíamos da frustração que ela poderia trazer, uma vez que conhecemos muito bem a educação que temos neste país;

3)Nos entregamos de corpo e alma, por que acima de tudo queremos isso, uma vez que achamos que faremos a diferença;

Com tudo isso, e mais outra dúzia de coisas que eu poderia dizer, será que temos razão de reclamar?

Querido amigo e comentaristas e seguidores do teu blog: de modo algum desdenho da tua indignação. Até porque, me conheces muito bem, devido ao contato particular que temos, te esclareci algumas coisas que vivo no momento.

Sei muito bem da tua dedicação, coisa que sempre fizeste e penso que, no fundo, o salário seja só a ponta do iceberg. Temos acima de tudo um sentimento profundo de querer fazer mais e melhor. Não nos contentamos com o a miséria e mediocridade que fazem da educação. Queremos sim, fazer a diferença.

Sabemos que o salário é pouco e que temos dificuldades tremendas para executar estas tarefas em detrimento inclusive de nossas vidas pessoais.

Mas é só o salário que te indigna? É só os políticos? Não te irrita muitas vezes estar dialogando com os alunos, dando o melhor de ti, e os mesmos alunos ou até mesmo colegas, chegarem com aquele papo de "faz o teu servicinho, feijão com arroz, não precisa inventar moda não, pois o que nos interessa é o dinheiro na conta ou o diploma no fim de tudo isso"?

Não te irrita saber que universidades são tão ou mais corporativistas e, muitas delas decidem simplesmente "passar" alunos inconvenientes para não se incomodar?

Não te irrita te preparar, te dedicar e depois de 5 aulas teus alunos te olharem e dizer "não sei fazer Sor"?

Não te irrita lutar tanto tempo contra a maré e ver que ela não muda? Que as pessoas decidem simplesmente fazer parte do sistema, porque é muito mais fácil?

Te digo meu amigo, da mesma forma que apelei para ti por email, existe algum jeito de MUDAR isso?

Sinceramente, talvez se decidirmos que do jeito que está, a coisa não vai. Talvez se decidirmos que os projetos pedagógicos devam mudar ou serem criados visando destruir o sistema compartimentado de disciplinas que temos. Talvez.

Mas quem sou eu pra isso? Só mais um professor, que chega mais uma vez frustrado porque uma turma hoje , a qual sempre dei liberdade e acima disso, companheirismo, decidiu que falta matéria escrita no caderno. E essa é, para um coordenador que ouviu isso, a melhor desculpa para adiar uma prova.

Achei que o ensino superior recebia esse nome por ser superior. Desculpe, mas se eu não encontrar uma forma de mudar isso, talvez eu realmente ceda, e concorde com o sistema.

Desculpe meu azedume. Mas as coisas também não tem ajudado muito ultimamente. Se nós, as ditas "cabeças iluminadas" deste país, não acreditamos nem em nós mesmos, será que ainda podemos reclamar?

Grande abraço.