quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Do pó ao pó - Parte 2

***************
A parte 1 do conto Do Pó ao Pó pode ser lida na íntegra AQUI
***************
Aquele episódio marcou o fim da nossa infância. Sabíamos que não éramos mais os mesmos. Um ano após aquela desgraça aconteceu algo ainda mais terrível. Meus pais foram encontrados dilacerados. Seus corpos espalhados aos pedaços por todos os cantos. Eu ouvi a notícia ainda na casa de Mark. Saí então correndo, fugido da casa do Mark, no meio da noite. Meu coração parecia que ia pular numa mistura de choro e apreensão.

Quando cheguei, encontrei alguns homens entrando e saindo da casa. Um deles conduzia um velho carrinho de mão. Outro vomitava ao lado da entrada. Era um lar muito simples, sendo um pouco melhor que uma pequena choupana. Os homens pareciam absortos com outras coisas, enquanto eu, com meu tamanho diminuto, passei tranquilamente entre eles. Quando entrei na pequena casa de meus pais algo se remexeu no meu estômago, alcançando rapidamente a minha garganta.

Um cheiro nauseabundo exalava de dentro da casa. Fiquei firme e não vomitei. Escancarei a porta e me amaldiçoei por minha estupidez. Aquela não era mais a minha casa. Era apenas um departamento do inferno. Vi pedaços de membros fora dos seus lugares, retorcidos, saindo de lugares improváveis em um corpo que mais lembrava um monte de carne putrefata atirada ao chão. O teto estava manchado com uma mistura de sangue, fezes e bile, prováveis responsáveis pelo cheiro do local. Existiam símbolos estranhos pintados com sangue na parede, bem como figuras grotescas em situação de sodomia. Agora o inferno se apresentava para mim pela segunda vez

Dei alguns passos para trás e vomitei. Eu chorava e não conseguia mais reter meus líquidos estomacais. De repente fui arrastado dali. O choro compulsivo impedia que eu enxergasse o que ocorria. Acabei por desmaiar.

Acordei novamente na casa dos Hagen. Eu estava no quarto de Lily, deitado em sua cama. Seus lençóis tinha cheiro de margaridas e eu enxergava outras flores na sob a penteadeira. Lily estava do meu lado segurando um pano úmido sobre a minha testa:
– Oi Adi.... Você está melhor?
– Sim... Obrigado Lily.

O cheiro dela era doce. Seus cabelos longos tocavam minha face úmida pelas lágrimas. Ela segurava minha mão, enquanto seu corpo se debruçava sobre o meu. O tecido fino de sua camisola revelava formas que eu nunca tinha percebido antes. Senti uma espécie de comichão, algo diferente. Olhei para região dos meus quadris e percebi que meu corpo começou a agir, se mover, sem que eu quisesse. Fiquei assustado.
– Lily, eu quero ficar sozinho um pouco, tá?
– Calma, Adi.
– Por favor... Lily.

Ela me olhou, estranho. Eu nunca tinha dito “por favor” para Lily. Ela sabia que algo estava diferente. Me encolhi rapidamente tentando esconder minha primeira ereção e minha vergonha.
– Hum... Está bem. Vou chamar a Madame para ela ver como você está.
– Lily... Como eu vim parar aqui, em casa?

Lily ia começar a falar e de repente emudeceu. Ela fez uma cara estranha. Olhou para os lados. Parecia desorientada.
– Adi, eu não lembro. Estranho, não? Vou chamar a Madame.

Enquanto ela saía, eu me virei para janela do quarto.

Gritei. Havia uma sombra no vidro e os mesmos olhos de fogo que eu já tinha visto. Esfreguei os olhos e olhei novamente para janela. Não havia nada lá. Isso tudo era só o começo.

2 comentários:

  1. do cariiilho essa historia!!
    mas quero mais!! hehehe
    até a proxima parte ;)

    ResponderExcluir
  2. Porra meu!!!!!! Demorando desse jeito fica díficil entender os fragmentos.....Principalmente sendo de 5 meses atrás.....hehehehe
    Tah falta preencher dois quebra-cabeças......ou os fatos entre um e outro....e a regressão?
    Abraços, Andrezinho

    ResponderExcluir