sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Futebol e Capitalismo ou Como os Americanos lidam com Esportes

Pois é, nada mais verdadeiro que o texto abaixo que eu chupinhei na caruda do Sedentário e do Blog do Juca Kfouri. Tem um vídeo sobre isso também do comediante Bill Maher.

Impressionante como algumas coisas só mudam de endereço. A pendenga é sempre a mesma.

“Com o Superbowl, os americanos precisam perceber o que faz o futebol da NFL tão bom – SOCIALISMO.

Isso mesmo, a NFL tira o dinheiro dos times ricos e distribui para os mais pobres, exatamente como o Presidente OBAMA quis fazer com seu exército secreto de voluntários da ACORN (uma associação que ajuda pessoas carentes nos centros urbanos que os republicanos conseguiram destruir).

Green Bay, em Wisconsin, tem uma população de 100.000.

Porém essa pequena cidade pacata, as margens do rio sei-lá-o-nome teve a mesma chance de chegar ao Superbowl do que o New York Jets, que no próximo ano precisam só se calar e jogar (eles fizeram muitas provocações pela mídia e perderam).

Eu, pessoalmente, não assisto ao Superbowl desde 2004, quando o mamilo da Janet Jackson ficou à mostra e aquela fração de segundo de um peito negro à mostra queimou meus olhos e me ofendeu como um cristão (ele é ateu).

Mas eu entendo, quem não gosta do espetáculo onde milionários “bombados” causam traumas cerebrais uns aos outros em uma tela Flat Screen gigante, com uma imagem tão real que parece que o Ben Roethlisberger (quarterback dos Steelers) está na sua sala, agarrando a sua irmã.

Então não é surpresa que 100 milhões de americanos vejam Superbowl, o que é 40 milhões a mais do que os que vão a Igreja no Natal – e chupa Jesus!

Também é 85 milhões a mais do que os que assistiram á final da World Series (finais de baseball).

E ai está uma lição de economia para a América, porque o futebol é construído sob um modelo de igualdade e justiça e o baseball é construído sobre um modelo onde os ricos sempre ganham e os mais pobres geralmente não tem chance.

A World Series é como o programa Real Housewives of Beverly Hills (reality show com esposas de milionários): você tem que ser uma vaca rica só pra poder participar, enquanto que futebol é como Tila Tequila (uma celebridade “fácil”), qualquer um pode entrar.

Ou pra colocar de outra forma: Futebol é como a filosofia dos Democratas; eles não querem eliminar capitalismo ou competição, mas eles não aceitam quando algumas crianças têm que ir para escolas podres e sem estrutura, enquanto que os filhos dos ricos freqüentam escolas excelentes e seus pais os mandam pra Harvard.

Porque quando isso acontece, atingir o “American Dream” é fácil para uns e só uma fantasia para outros.

É por isso que a NFL, literalmente, divide a riqueza.

A cota da TV é a principal fonte de receita deles, e eles pegam todo esse dinheiro e colocam em grande pote “comunista” e dividem igualmente em 32 partes, pois eles não querem que ninguém fique pra trás.

É por isso que o time que ganha o Superbowl é o último a escolher novos jogadores pra próxima temporada, ou o que os Republicanos chamariam de “punir o sucesso”.

Já o baseball é exatamente como os Republicanos, e eu não quero dizer extremamente entediante, eu quero dizer que a teoria econômica deles é exatamente a mesma, ou seja, cada um que cuide de si.

Por exemplo, o time de um mercado pequeno como o Pittsburgh Steelers vai ao Superbowl mais do que os outros.

Já o Pittsburgh Pirates (time de Baseball)…. de Levi Jonhtson (jovem genro da Sarah Palin) tem esperma que viverá mais tempo do que o que levará para os Pirates chegarem a World Series.

A folha de pagamento deles é de 40 milhões enquanto que a dos Yankees de Nova York é 206 milhões.

Os Pirates têm a mesma chance de chegarem às finais de Baseball do que um pobre garoto negro de Newark tem de se tornar CEO da Halliburton.

É por isso que as pessoas deixam de ir aos jogos dos Pirates em Maio, porque se você não tem chance no jogo, você perde o interesse no jogo e se torna amargo com relação ao jogo. E é isso que está acontecendo com a classe média nos EUA.

Então você tem que rir porque os mesmos brancos raivosos que odeiam Obama porque ele redistribui a riqueza são os mesmos que amam futebol, um esporte que é bem sucedido exatamente por fazê-lo.

Para eles, a NFL é tão americana como cachorro-quente, Chevrolet, torta de maçã e uma torta de maçã gigante."


A tradução foi feita pelo Fabrício Azevedo.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Magia no RPG: bonitinha... mas ordinária!

Se tem uma coisa que eu realmente não aturo mais nos jogos de RPG é a forma, pra lá de simplista, que a magia é abordada. Acho que eu sou muito mimimizento com isso. Meus amigos já não aturam mais minhas reclamações quanto a sistemas mágicos. Já criamos um sistema independente, já adaptamos coisas a sistemas específicos, e por aí vai, muito disso devido a criatividade do pessoal e também ao meu ranso.

Bom, alguns dos reais motivos que me fazem encher o saco com a magia no RPG:

- Magos são overpower.
    Já começamos com o pé esquerdo amigo. Serão overpower, só se o mestre deixar. Vejam, ser uma mago em um mundo qualquer deveria ser extremamente difícil. O personagem mago deveria ter um monte de requisitos, tais como, código de honra, voto, inimigos (grupo), aliados, magnetismo sobrenatural, idade, entre outros. Deveria necessariamente fazer parte de uma guilda de magos e responder a ela caso faça cagadas por aí.
    "Ah, mas daí eu não posso fazer meu mago independente, jovem, louco, distraído, megalomaníaco e sem as mãos..." Como não pode? Claro que pode! A única coisa é criar uma história convincente para isso. Uma sugestão de história muita suja: O mago jovem pode ser uma espécie de avatar mágico, nasceu imbuído de magia. Tanto poder mexeu com os miolos dele, que ficam toda hora fora do lugar. Por conta disso tudo, ele é "meio" distraído. Faz uma bola de fogo explosiva e quando vê uma borboleta, pira, joga a bola de fogo pro lado e sai correndo atrás do bichinho. Claro, ele quer dominar a todos. Bom, ele perdeu as mãos quando foi fazer suco de cana :P
    Portanto, magos não são overpower coisíssima nenhuma. Um bom mestre pode balancear bem as coisas. Mais ou menos seguindo a idéia de Vampiro: A Máscara e Mago: A Ascensão, resolver tudo na magia é levantar o véu ou coisa que o valha. A energia mágica deve ser usada com sabedoria, tanto pro bem, quanto para o mal. Claro que seu for malvadão vou tentar deturpar isso um pouquinho... E aí o mestre deve entrar com tudo e dar os devidos penalties! Caçadores de bruxa, Inquisição religiosa, demônios, anjos, fadas, duendes, outros magos, guildas... A lista de inimigos que se sintam atingidos pelo uso indiscriminado da magia pode ser absurda! Assim, acho que dá para um mago ter poder, desde que não exista uma enxurrada de magos pelo mundo.

- O mago usa a sua própria energia para fazer magias.
    Puxa, isso dá muito enrosco comigo. Eu não acho legal que um cara que sofra tantos penaltys (se o mestre seguir a idéia ali de cima) e ainda tenha que se borrar todo ou ficar impotente no meio de uma luta. Isso sempre foi broxante para mim. "Seja criativo!" Sei... Até eu tentar uma magia e ter que ser carregado pelos outros personagens...
    Olha, esse não é o real problema. Só acho que seria interessante que ele durasse mais tempo. "Gemas de energia!" Claro, todas bem acessíveis! Isso é só uma muleta. Mais tarde vou detalhar minha idéia sobre isso.

- A "tripa" mágica
    A "tripa" é principalmente conhecida pelos jogadores de GURPS. Você compra magias, uma a uma, formando o seu grimório, anotado em uma coluna da planilha de persongem, formando a maldita "tripa".  Eu sei que o GURPS é um sistema aberto e que se o mestre disser que pode comprar uma escola inteira, desde que pague o custo, tá tranquilo. Ah, e que ele pode escrever em linhas se quiser, num papel de pão. Também sei.
    O problema é aquele monte de magias, onde, um dia, talvez, se tu tiver as 8 gemas de energia, não tiver feito nenhuma magia no dia, tu vais poder usar a "Abismo infernal" e salvar a todos. Claro, grandes sacrifícios... Béh! Comprar uma quantidade gigante de magias só pra usar aquela lá... Novamente o sistema de verbos mágicos (Mago: A Ascensão, Magia de Improviso do GURPS) me parece muito mais interessante. Ainda assim, uma idéia ainda melhor é níveis para cada mago, o que libera só um determinado "pool" de magias. Assim, a medida que o personagem sobe de nível ele pode comprar as magias que deseja, dentro daquele pool, de acordo com a história ou alinhamento ou terreno... Uma infinidade de coisas pode ser criada aí.
   

- Magia negra ou branca?

    Essa é outra discussão interessante e que seria um grande penalty para aventureiros mágicos. O que seria a magia negra? Aqueles que lidam com necromancia, demônios, destruição em geral, são magos negros. Ah é? Simples assim? Os outros são bonzinhos? Vamos discutir isso daqui a pouco.


- Criar e transformar
    Uma das coisas mais irritantes são magias tipo criar e transformar. Criar a partir de magia, na minha opinião, algo elemental como "água" deveria ser extremamente difícil. Tá, a energia mágica foi manipulada de tal forma que se formou em água... Bom, o nível de manipulação do querido deve ser alto pra caramba então... Na verdade, qualquer mago chulé faz isso no RPG. Cara, Uma idéia muito interessante que li em um livro é que nada é criado do nada usando magia. Nesta sistema, se eu "criar água" ela vai surgir, mas, em algum lugar do mundo (astral, mágico, terreno), água foi "descriada". Nesse caso, o criar e o transformar, passam a ser algo um pouco mais como "realocar". A água é "magicamente transportada" de um lugar para outro. Essa uma idéia que também gera muito histórias. Vamos falar de magos porradas: Gandalf. Se vocês puderem citar uma vez em que o Gandalf cria alguma coisa do nada, eu gostaria de saber. Sério. O do filme então, nem se fala. Acho que em momento algum isso é observado. Ele possui um staff, cristal no staff (luz!), espada (úia), mas não cria coisas do nada! É o mega blaster da magia. Tolkien concordava comigo :P

Qual é a minha concepção de magia e mago:
    A magia é uma força natural. Ela está presente em tudo que é natural: plantas, pedras, água, ar, espírito, estrelas... Para dominar esta energia, o mago precisa ser um estudioso. Ele precisa estudar os que vieram antes dele e fizeram experimentos que os permitiram manipular essa energia. Uma vez que você compreende a forma básica de manipulação de energia, você pode usá-la para fazer magias!
    Simples, não? Assim, fazer magias como "Fogo" deve ser algo simples, sem gastar energia. "Isso já existe e se chama Aptidão Mágica. Tá no GURPS!" Eu sei disso. É uma ótima tentativa de balancear as coisas e modificar os custos de magia... Só que todo mundo faz magos com AM +3! "Eu não! É muito melhor jogar com um mago com AM +2 ou AM +1!" Ah, fala sério! Deve haver jeitos menos engessados de fazer isso. Uma forma interessante é um sistema que dependa ou SOMENTE da energia do ambiente ou de um SISTEMA MISTO de gasto energético.
    Isso pode enriquecer muito uma aventura. Neste caso o mago dependeria do mana local. Isso explicaria, por exemplo, porque magos seriam estudiosos "reclusos". O lugar que eles realizam seus experimentos deve ser cheio de mana, o que facilitaria a manipulação e execução mágicas. Outro fato interessante relacionado a gasto energético e magias: magias complexas demoram mais. "Isso também tá..." Eu sei! Eu sei. Mas a idéia não é essa. A idéia é penalizar o mago muito mais pelo tempo que ele precisa para "preparar" e "canalizar" a mana do que propriamente o gasto energético. Por exemplo, se ele usar magia do próprio corpo ele pode dar um "boost" temporal na magia, isto é, diminuir o seu tempo de execução. Mais ou menos como fazer uma mágica rápida e suja. Contudo, a penalidade deve ser adequada: usar energia vital reduz o tempo, mas se houver choque de retorno (falha) da magia, o mago sofre o dano igual ao total de pontos usados (isso é só exemplo). Dá pra adaptar coisas mais balanceadas.
    Um exemplo: Jujuba (mago iniciante) quer fazer a magia "Abismo infernal". Evidentemente, esta não é uma mágica do nível de aprendizado dele. De cara, ele já teria largado. Supondo que ele tenha níveis suficientes, Jujuba se defronta com um sério problema: o custo não só em mana, mas o tempo necessário para manipular toda essa energia, com a capacidade que ele possui, para realizar tal façanha. Segundo seus cálculos, Jujuba teria que ficar 1 mês ininterrupto "conjurando" para realizar a magia. Ele pensa e decide usar sua força vital. Feliz, ele descobre que usando este artifício o tempo fica reduzido para apenas... 15 dias! Jujuba vai embora e desiste de fazer tamanha asneira!
    Outra possibilidade é juntar um grupo de magos para reduzir ainda mais o custo...
    Outra ideia interessante é que o mago precisa de apetrechos que diminuem o gasto energético na hora de manipular essa energia: adagas, temperos, giz, cristais... entre outros. E ele ainda deve preparar, juntar tudo do jeito certo.
    Quanto a magia branca ou negra, porque não um sistema que caracteriza magia negra da seguinte forma: TODA e QUALQUER magia que for feita influenciando ou infringindo o livre-arbítrio de cada um, é magia negra? Legal? Até cura pode ser magia negra! Basta que a pessoa não concorde em ser curada. O mago herói deveria ser muito cuidadoso, não?

    Bom, é isso de momento. Meus amigos mimimizentos, deleitem-se.